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sexta-feira, 25 de junho de 2010

DIVAGAÇÕES

DIVAGAÇÕES
Gostaria de entender a vida, esse mistério que quando num flash é desvendado, me faz ver um mundo melhor!
É assim como uma cortina de gaze, que as vezes está lá e as vezes não, e nestes momentos de não estar, nos deixa ver crianças brincando nos quintais de goiabeiras, amoras e bichos soltos.
Um cheirinho de poejo e hortelã quando pisados pelos animais domésticos, apodera-se do ar de eterna primavera.
Ouve-se lá dentro da pequena casa avarandada (ou seria alpendre?) a mãe cantando as modinhas de "50", e a saudade aumenta no aroma de alho e cebola refogando,tempero do arroz do dia.
O alimento do meu ser, combustível dessas viagens são as lembranças acordadas no retrato em preto e branco sobre a penteadeira com perfume de Tabu e Talco Ross.
Aqui o passado está presente aprisionando o futuro num abraço, pois no meu sentir o amanhã é !
Num repente a tela das recordações se enche de libido, mostrando a vizinha morena de peitinhos apontados, cobertos de tafetá e uma rosa entre eles, indiferente aos meus olhares de menino mal saído dos seios maternos.
Penso que pra cá da cortina, só os meus mais de cinquenta anos procuram imitar os anos 50 ... Assim como a foto imita a vida ou a vida imita a foto.
A impressão que dá é que num milagre, pode-se apanhar as imagens com as mãos materializando-as, como se se pudesse olhar esse quadro mental e ao mesmo tempo estar nele, vivenciando - o em cada detalhe.
ODAIR FLORES

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